Primeiro texto de ficção publicado no Diário de um escritor, que então estreava como seção do Grajdanin, o conto Bobók, mais do que uma resposta genial do autor a seus críticos, é uma peça-chave do universo dostoievskiano: aquela que concentra, como numa cápsula, as principais aspirações criativas do escritor. Com prefácio de Paulo Bezerra, que verteu a obra para o português, e um texto esclarecedor do ensaísta russo Mikhail Bakhtin, esta edição conta ainda com oito desenhos magistrais de Oswaldo Goeldi, um dos raros artistas a criar um universo plástico à altura da obra excepcional de Dostoiévski. Um escritor frustrado sai para se divertir e vai parar num enterro. Acaba cochilando sobre uma sepultura e, de repente, começa a ouvir vozes vindas de debaixo da terra. É em torno desta situação, entre cômica e fantástica, que se desenvolve o conto Bobók, de Dostoiévski, que a presente edição vem dispor ao leitor brasileiro em tradução direta do original russo, acompanhada de prefácio do professor, tradutor e crítico Paulo Bezerra que, entre outros assuntos, discorre sobre o processo de tradução do conto.