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Ler um texto dramático é uma experiência diferente de ver um texto representado, ou de participar de sua representação. Mas que diferença é essa, ou como explica-la? Dizem teóricos que o teatro é drama para o palco. Nesse sentido, é possível questionar uma distinção que parece comum entre a literatura e o teatro. A literatura em geral é entendida como uma experiência mais individual, enquanto a arte dramática é experiência coletiva. Porém, o texto dramático, antes de ser representado, é lido tanto individual como coletivamente. E o teatro? Será que, para existir, é necessário sempre, no mínimo, um ator, um espectador e um autor? Essas e outras perguntas são cruciais para o estudo do drama, visto não apenas como um texto literário, mas também como arte encenável. Neste livro, você poderá refletir sobre todas essas questões, sobre os cruzamentos entre diferentes artes e os pontos em que se distanciam. Sabe-se que uma das prováveis origens do drama vem de sua conexão inicial com a religião, ou o ritual religioso. Vem dessa ligação histórica, ainda, a definição do drama como experiência e criação coletivas. Com o passar do tempo, a função social dessa arte se modifica. Porém, vários de seus elementos, como a possibilidade do jogo, permanecem vivos. Outros conceitos, pensados na Grécia antiga por filósofos como Aristóteles, também continuam presentes nos debates acerca do teatro. É o caso da catarse, uma libertação, ou purificação, que se daria através da identificação do espectador com as ações representadas no palco. Ainda assim, no teatro moderno, almejam-se efeitos opostos, por vezes, como o da dissociação, em que seria possível observar a ação de um personagem sem identificar-se, contextualizando-a, além disso, em um meio social. Assim, este livro procura expor momentos importantes da história do teatro ocidental e do desenvolvimento do drama, suas transformações e inovações ao longo do tempo. A partir da discussão de tópicos como autoria, espaço, gênero, narrativa e modernidade, você poderá avaliar diversas definições e divisões da arte dramática e da literatura, assim como posicionamentos sobre sua função, ou seu papel, e suas relações com a sociedade, a cultura e a política. Dessa forma, partiremos de exemplos de dramas de diversas nacionalidades, como a inglesa, a americana, a francesa e a alemã, chegando ao Brasil e à leitura e interpretação do que se produz no presente. Cada dimensão citada, seja relacionada à linguagem do drama ou a sua relação com o contexto em que é produzido ou consumido, integra esta área de estudos, e é fundamental para que se possa ler literatura e frequentar o teatro com uma postura crítica, questionadora. Nessa trajetória, a cada capítulo você poderá se posicionar como leitor e crítico de drama, estabelecendo comparações entre obras e pensando o mundo criado por elas

A Literatura Popular compreende toda produção literária que se desenvolve a partir de grupos populares e aspectos da tradição. Neste livro, você vai estudar a relação entre produção popular e erudita; a literatura popular e a identidade cultural; oralidade e escritura; e muito mais. Também vai estudar as diferentes modalidades poéticas e as características dos folhetos de cordel e do conto popular. Por fim, vai analisar o contexto e as condições de produção da literatura popular

Há séculos, a teoria literária empreende um esforço de considerar a arte poética de vários ângulos e através de distintos métodos, sendo considerada, por isso, um dos principais campos de estudo literário. Pode-se dizer que esse tipo de investigação formal iniciou na Antiguidade, com os escritos de filósofos como Aristóteles, que procurou compreender a natureza da poesia imitativa, seus tipos e meios. A teoria sofreu muitas transformações, desde então, mas alguns debates resistiram ao tempo e continuam presentes, como aquele que procura definir o próprio conceito de literatura. Questiona-se, de forma crescente, porém, a necessidade de se limitar ou expandir essa noção e esse campo de estudo. Mais modernamente, termos como a "literariedade" surgem, na tentativa de se reconhecer elementos que distinguissem a literatura de outros tipos de produção. Termos antigos, como a mimese, ou imitação, passam a ser repensados, além disso, e a noção clássica de representação, como uma função dessa arte, entra em crise. Atualmente, essa área se desenvolve em múltiplas teorias críticas, que procuram considerar a arte escrita ou oral a partir de diferentes perspectivas, seja por uma análise interna à obra, investigando sua estrutura, linguagem, seus mecanismos intertextuais, ou mais externa, estabelecendo relações entre sua realidade ficcional e o contexto social, histórico e cultural em que foi produzida. Retomaremos e analisaremos essas e outras questões por meio da discussão de algumas das principais obras que refletem sobre esses tópicos, da autoria de pensadores como Michel Foucault, Mikhail Bakhtin, Emil Steiger e Terry Eagleton, além dos citados filósofos gregos. Abordagens como as que procuram traçar o desenvolvimento e o funcionamento dos gêneros, ou os elementos formadores da narrativa, serão também estudadas, por sua importância e repercussão. Esta obra convida a um aprofundamento de tópicos essenciais àqueles que procuram conhecer a literatura, suas formas, características, e seu papel como geradora de uma infinita gama de sentimentos, reflexões e formas de ver o mundo. Ao longo de nove capítulos, revisaremos a estrutura e a linguagem literária, as diferenças e aproximações entre a prosa e a poesia, e os principais gêneros ficcionais, focando-nos na observação mais atenta do conto, da novela e do romance, assim como das perspectivas teóricas desenvolvidas sobre eles. Por fim, discutiremos as divisões e descrições que foram propostas, por alguns autores, dos elementos que compõem a narrativa: os narradores e focos narrativos, os personagens, o tempo e o espaço, assim como as formas de se identificar cada um desses tipos